segunda-feira, 2 de maio de 2011
Ler este artigo é importante. É importante conhecer os verdadeiros perigos da Internet e é imprescendível manter as crianças informadas e alertas sobre este tipo de situações, pois só assim elas conseguiram dizer: "NÃO".



«Vá lá, mãe, por favor? Todos estão lá!»

Marianne* ouviu este estribilho durante meses. Não havia nada que a sua filha mais nova, Katrina*, quisesse mais na Internet do que juntar-se à rede Habbo.com, o maior hotel virtual e rede social do Mundo para adolescentes. Iria mudar a sua vida, dizia-lhe ela, e poderia conhecer pessoas de todo o país.
«Tu só tens 11 anos!», era a resposta do costume.
«Eu vou ser responsável! Prometo!»

Finalmente, Katrina convenceu a mãe. Juntou-se ao Habbo e aos seus 500 000 membros na Holanda desde que seguisse algumas regras: não daria nunca os seus números de telefone, endereço de e-mail e, acima de tudo, nunca daria a localização da família, numa pequena cidade no Sul do país.

O que poderia correr mal?

O primeiro sinal de problemas surgiu num sábado de Fevereiro de 2010, quando Katrina foi a uma festa de anos sem o telemóvel que a mãe lhe tinha comprado na semana anterior. Marianne estava a mostrá-lo a uma amiga quando chegou uma mensagem de texto. «Está lá dentro de 15 minutos», podia ler-se. «Gosto de ti.» Marianne ficou intrigada. «Está lá?», pensou. «Mas a Katrina não está na festa de anos?»

Preocupada, procurou o histórico de mensagens. Existiam cerca de 70 mensagens de texto, todas de alguém chamado Eric. Muitas delas tinham um teor inadequado, eram até mesmo de cariz sexual. Oh, meu Deus! Procurou o número de Eric no telefone, só que não existia nenhum Eric do outro lado. Ao invés, ela chegou à caixa de correio de voz de um tal «Andreas», que soava não como um rapaz ou um adolescente. Era uma voz de homem. Ligou para o marido no trabalho.

«Creio que a nossa mais nova está a ser contactada por um pedófilo», resumiu.

«Vou já para casa», respondeu-lhe o marido. «Vê o portátil dela.»

Era o pior pesadelo de qualquer pai: uma torrente de mensagens de «Andreas» para Katrina, incluindo uma que mencionava o facto de terem «feito amor» na semana anterior e o que ele iria fazer com ela da próxima vez que estivessem juntos. Era da filha dela que estavam a falar, da sua bebé que ainda nem sequer usava soutien! «Respira!», dizia intimamente. Tinha vontade de vomitar, mesmo tentando controlar-se. O que tinha feito de errado? Seria porque tanto ela como o marido trabalhavam fora a tempo inteiro? Katrina sabia que não podia nunca falar com estranhos. Os pais tinham-na ensinado e aos seus três irmãos mais velhos.

Quando chegou a casa, Katrina tentou negar tudo. Eric era apenas uma pessoa que ela tinha conhecido no Habbo, explicou, e Andreas era só um amigo mais velho de Eric.

«E estes e-mails? », perguntou Marianne. «E estes textos? Nós vamos à Polícia!»

Devagarinho, a história começou a surgir. No início, Katrina pensou que «Eric» tinha 12 anos, depois 14 e a seguir 18. Ele alugou um quarto de hotel virtual no site e pagou-o com o seu cartão de crédito. Eles «foram para lá juntos». Ela chamava-lhe «namorado» e ele chamava-lhe «princesa.» Quando ele sugeriu que saíssem do seu ninho de amor virtual para se encontrarem no mundo real, pareceu-lhe um passo natural. Não importava que ele tivesse 28 anos. Ele foi buscá-la à escola no seu BMW e levou-a a comer lagosta antes de irem para um quarto de hotel bem real, com uma cama a sério e um chuveiro a sério. Ele fê-la sentir-se crescida e bonita – e ninguém na família desconfiou de nada porque ela estava sempre em casa à hora do jantar.

«Eu amo-o», disse ela.

Marianne levou o computador de Katrina à esquadra mais próxima, mas disseram-lhe para voltar na segunda-feira. Ela nem queria acreditar. A sua bebé estava metida num sarilho e a Polícia tinha a lata de lhe dizer que não tinha efectivos suficientes para lidar com a queixa? E não tinha saído, no mês anterior, uma lei que criminalizava o aliciamento online – a cuidadosa busca e preparação de menores para os seduzir e abusar deles?

«O que fazemos?», perguntou, desesperada, ao marido.

«Vamos a outra esquadra», respondeu-lhe ele. «Não esperamos.»

Infelizmente, a história de Katrina não é a única. Por toda a Europa, existem narrativas de miúdos que foram iludidos com falsas garantias de segurança quando se aventuraram online. Miúdos abordados em redes sociais por mensagens instantâneas ou em jogos online. Miúdos que foram seduzidos por um simples cumprimento enviado pelo ciberespaço e que nunca pensaram que alguma coisa de mal pudesse acontecer quando passassem do virtual para o real e conhecessem, de facto, aquele novo amigo.


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por: Lisa Fitterman
in Revista Selecções

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